A asma é uma condição respiratória comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Neste artigo, exploraremos o que é a asma, sua história e como ocorre no nosso corpo, de uma forma acessível para todos entenderem.
O que é asma?
A asma tem sido reconhecida há milhares de anos. Na antiguidade, era frequentemente associada a superstição e mitologia, sendo considerada um castigo divino ou causada por influências malignas. A compreensão moderna da doença evoluiu significativamente ao longo dos séculos, com avanços médicos que ajudaram a identificar suas causas e tratamentos mais eficazes.
A asma é uma doença crônica dos pulmões que causa inflamação e estreitamento das vias aéreas, tornando a respiração difícil. Pessoas com esta condição podem experimentar sintomas como falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito.
É uma condição complexa que envolve a inflamação crônica das vias aéreas. Quando uma pessoa é exposta a um gatilho, como alérgenos, vírus respiratórios ou irritantes, suas vias aéreas inflamam-se e ficam hiperativas. Isso leva à contração dos músculos ao redor das vias aéreas (broncoconstrição) e à produção de muco espesso, que estreita ainda mais as vias aéreas e dificulta a passagem do ar.
Os principais fatores de risco para desenvolver incluem:
- Genéticos – Pode ocorrer em famílias, sugerindo uma predisposição genética. Se um dos pais tem doença, há uma maior probabilidade de os filhos a desenvolverem.
- Sexo e idade – Até a adolescência é mais prevalente no sexo masculino. A partir dos 20 anos, a prevalência passa a ser maior no sexo feminino.
- Fatores ambientais – Estar exposto a substâncias alergênicas comuns, como ácaros da poeira, pólen, pelos de animais de estimação e mofo, pode desencadear ou piorar os sintomas de asma em pessoas suscetíveis. Certos irritantes ambientais, como fumaça de cigarro, poluentes do ar, produtos químicos fortes e vapores industriais, podem desencadear sintomas de asma em algumas pessoas.
- Obesidade – A obesidade está sendo cada vez mais reconhecida como um fator de risco para o desenvolvimento de asma, especialmente em adultos.
- Sedentarismo – O sedentarismo está associado a uma capacidade respiratória reduzida. A falta de atividade física regular pode levar a uma fraqueza dos músculos respiratórios e a uma diminuição da capacidade pulmonar, o que pode agravar os sintomas respiratórios em pessoas doentes.
- Dieta pobre em antioxidantes e rica em ácidos graxos saturados – Uma dieta rica em ácidos graxos saturados e pobre em antioxidantes pode afetar negativamente a resposta imunológica. Isso pode predispor indivíduos a uma maior susceptibilidade a infecções respiratórias virais, como resfriados e gripes, que são gatilhos comuns para exacerbações da asma.
- Tabagismo ativo e passivo – Os produtos químicos presentes na fumaça do tabaco são irritantes para as vias aéreas e podem desencadear uma resposta inflamatória nos pulmões. Isso leva à constrição das vias aéreas e ao aumento da produção de muco, sintomas característicos da asma. A exposição ao fumo passivo durante a infância está associada a um aumento do risco de desenvolver asma. As crianças expostas ao fumo dos pais ou de outros adultos em casa ou em ambientes fechados têm maior probabilidade de desenvolver problemas respiratórios.
- Histórico de infecções respiratórias na infância – Infecções virais respiratórias durante a infância, como resfriados e infecções por vírus respiratórios sinciciais (VSR), estão associadas a um risco aumentado de desenvolver asma.
Quais são os principais sintomas relacionados a asma?
- Falta de ar e aperto no peito: A redução do espaço de passagem do ar dentro da via respiratória causada pela inflamação da mesma, dificulta a passagem de oxigênio, levando a sensação de falta de ar, fôlego pesado e aperto no peito, principalmente aos esforços ou mudanças de temperatura.
- Chiado no peito (ou sibilância): O som do ar passando em um espaço reduzido (como se fosse o vento passando por uma janela quase fechada) é chamado de sibilo. Pode ocorrer em qualquer momento do dia e é um sinal de alerta acerca da gravidade do quadro, pois demonstra o grau de obstrução da via aérea daquele paciente.
- Tosse: A tosse é um mecanismo de defesa do corpo humano, na qual ele tenta “expulsar” o corpo estranho que está obstruindo a passagem de ar. No caso de pacientes com asma, a obstrução é causada por uma inflamação da via aérea associada a edema, por isso na maioria das vezes a tosse é seca.
Quais os tipos de asma?
- Alérgica: Este tipo de asma é desencadeada após a exposição a um alérgeno (ácaros, fumaça, poeira, vírus, mofo ou pólen).
- Não alérgica: Ocorre geralmente em adultos e não tem relação com exposição a alérgenos ou outras doenças tópicas. Geralmente estes pacientes respondem menos ao tratamento com medicamentos inalatórios.
- Ocupacional: Asma desencadeada pela exposição a agentes específicos, como por exemplo: cereais, borracha (látex), poeira de madeira, tintas, corantes, borracha, espuma, verniz, carpete,
- De início tardio: Engloba pacientes em geral do sexo feminino, não atópicos, sem histórico familiar de asma, com prognóstioco menos favorável e maior probabilidade de desenvolver limitação persistente do fluxo aéreo. Os principais fatores de risco envolvidos são obesidade, tabagismo, rinite, estresse e exposição ocupacional.
- Gestacional: A gestação causa diversas mudanças fisiológicas que pioram o padrão da espiração, podendo predispor o desenvolvimento de asma durante este período. Nestes casos, ocorre aumento do risco de diabetes gestacional, pré-eclampsia, parto prematuro, malformações fetais, aumento do risco de óbito neonatal e baixo peso ao nascer.
- Induzida por medicamentos: Alguns medicamentos podem levar ao que chamamos de hiperreatividade brônquica, o que acarreta uma obstrução na passagem de ar.
- Induzida pelo exercício: Exercícios físicos, geralmente os de alta intensidade, podem levar a uma broncoconstrição, acarretando sintomas respiratórios, os quais cessam após o fim do esforço.
- Com obstrução fixa: Geralmente ocorre em pacientes com asma de longa data que não realizaram tratamento de forma adequada, acarretando em um remodelamento na árvore brônquica, com obstrução fixa da passagem de ar.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico preciso da asma começa com uma avaliação clínica completa, incluindo história médica detalhada e exame físico. Os principais passos no processo de diagnóstico incluem:
- História Clínica: O médico pneumologista ou alergista faz perguntas sobre os sintomas respiratórios do paciente, como tosse persistente, chiado no peito, falta de ar e aperto no peito. É importante identificar padrões de sintomas, gatilhos potenciais e fatores desencadeantes.
- Exame Físico: Durante o exame físico, o médico ausculta os pulmões em busca de sinais como chiado ou outros sons respiratórios anormais. Também pode ser avaliada a presença de sintomas alérgicos adicionais, como rinite ou dermatite atópica.
- Testes Diagnósticos: Para confirmar o diagnóstico de asma e avaliar a função pulmonar, podem ser realizados os seguintes testes:
- Espirometria: Este teste mede a quantidade e a rapidez com que o ar é expirado dos pulmões. É um exame fundamental para diagnosticar e monitorar a asma, pois pode mostrar obstrução das vias aéreas característica da doença.
- Testes de Provocação Broncoconstritiva: Em casos de diagnóstico incerto, o médico pode realizar testes de provocação para avaliar a resposta das vias aéreas a estímulos como exercício físico ou substâncias inaladas (metacolina).
- Testes de Sensibilidade Alérgica: Em alguns casos, testes cutâneos ou sanguíneos podem ser realizados para identificar alergias específicas que possam estar contribuindo para os sintomas asmáticos.
- Espirometria: Este teste mede a quantidade e a rapidez com que o ar é expirado dos pulmões. É um exame fundamental para diagnosticar e monitorar a asma, pois pode mostrar obstrução das vias aéreas característica da doença.
- Monitoramento dos Sintomas: Além dos testes diagnósticos, é importante monitorar regularmente os sintomas do paciente ao longo do tempo para ajustar o tratamento conforme necessário.
A asma tem cura?
O tratamento da asma é baseado na gravidade dos sintomas e na resposta individual ao manejo terapêutico. O objetivo principal do tratamento é alcançar e manter o controle da doença, reduzindo a inflamação das vias aéreas e prevenindo crises asmáticas.
As principais abordagens terapêuticas incluem:
- Medicamentos de Alívio Rápido (Resgate): São broncodilatadores de curta ação, como os beta-agonistas de ação rápida, utilizados para aliviar os sintomas agudos de falta de ar e chiado no peito.
- Medicamentos de Controle (Manutenção): São utilizados regularmente para controlar a inflamação das vias aéreas a longo prazo e prevenir sintomas recorrentes. Incluem corticosteroides inalados, broncodilatadores de longa ação, antagonistas de leucotrienos, entre outros.
- Plano de Ação para Asma: Um plano individualizado é desenvolvido em conjunto com o paciente, detalhando a medicação a ser utilizada diariamente, estratégias para lidar com crises agudas e medidas para monitorar e controlar os sintomas.
- Educação e Autocuidado: Educar o paciente sobre a asma, incluindo gatilhos, manejo de crises e técnicas corretas de uso de medicação inalatória, é fundamental para o autocuidado eficaz e o controle contínuo da doença.
- Controle Ambiental: Recomenda-se evitar ou minimizar a exposição a alérgenos e irritantes conhecidos, como fumaça de tabaco, poluentes do ar, ácaros da poeira e mofo, que podem desencadear ou piorar os sintomas da asma.
- Monitoramento Regular: O acompanhamento médico regular é essencial para avaliar a resposta ao tratamento, ajustar a medicação conforme necessário e prevenir complicações a longo prazo.
Para ajudar no controle da asma, é recomendado manter um peso saudável por meio de uma alimentação balanceada e da prática regular de exercícios físicos. A perda de peso, quando necessário, pode ajudar a melhorar a função pulmonar. Exercícios como caminhadas, musculação, natação e ioga podem ser benéficos, sempre respeitando os limites e orientações médicas.
A compreensão da asma é essencial para o manejo adequado da doença. Com um tratamento adequado e evitando gatilhos conhecidos, muitas pessoas com asma podem levar vidas ativas e saudáveis.
Se você ou alguém que você conhece suspeita de asma, é importante procurar orientação médica para um diagnóstico e plano de tratamento adequados.
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